Cronologia de Machado de Assis
(1839 - 1908)
1839
Nasce, a 21 de junho, no Rio de Janeiro, no morro do Livramento (situado na zona portuária), filho do brasileiro Francisco José de Assis (filho de escravizados alforriados) e da portuguesa (açoreana) Maria Leopoldina Machado da Câmara, os quais provavelmente prestavam serviços de costura e pintura e douração na Quinta do Livramento. É batizado com o nome de Joaquim Maria em homenagem aos padrinhos, que foram a dona da quinta e seu genro.
1839 - 1855
Não há muitos dados dessa época, mas sabe-se que perdeu a mãe em 1849, já tendo perdido uma irmãzinha mais nova, em 1845. Em 1854, o pai casa-se de novo. Não há notícia precisa sobre que escolas teria frequentado.
1855
A Marmota Fluminense, de Paula Brito, publica seu poema "Ela". Inicia-se uma colaboração que duraria até 1861.
1856
Entra para a Imprensa Nacional, como aprendiz de tipógrafo, onde fica até 1858. Aí conhece Manuel Antônio de Almeida, de quem se torna amigo.
1858
Passa a trabalhar na tipografia e livraria de Paula Brito e torna-se amigo de vários jovens poetas e escritores. Colabora no jornal Correio Mercantil, do qual é também revisor.
1859 - 1860
Colabora no periódico O Espelho, onde publica artigos de crítica teatral.
1860 - 1867
A convite de Quintino Bocaiúva, passa a colaborar, sob vários pseudônimos, no liberal Diário do Rio de Janeiro, no qual, além de crítico de teatro, será cronista parlamentar, junto ao Senado do Império. Colabora também na Semana Ilustrada.
1863
Passa a colaborar no Jornal das Famílias, onde publica, a partir de junho de 1864, muitos contos.
1864
É publicado o seu primeiro volume de poesias: Crisálidas.
1866
Intensa atividade no Diário do Rio de Janeiro, principalmente uma coluna de crítica (a “Semana Literária”); traduz peças francesas (entre elas O barbeiro de Sevilha, de Beaumarchais) e um romance (Os trabalhadores do mar, de Victor Hugo).
1868
Em carta aberta, publicada no Correio Mercantil (fevereiro), José de Alencar lhe pede que sirva de guia no mundo das letras para o jovem poeta Castro Alves; a essa altura, já é um crítico consagrado. Chega ao Rio de Janeiro (junho) Carolina Augusta Xavier de Novais, irmã do poeta português Faustino Xavier de Novais, amigo de Machado de Assis.
1869
Assina, com a editora Garnier, contrato para a edição do livro de poemas Falenas e de Contos fluminenses, publicados em dezembro do mesmo ano. Em novembro, casa-se com Carolina.
1873
Publica seu segundo livro de contos, Histórias da meia-noite, e “Notícia da Atual Literatura Brasileira: Instinto de Nacionalidade”, considerado o mais importante de seus ensaios críticos. Passa a trabalhar na Secretaria de Estado da Agricultura, Comércio e Obras Públicas.
1874
Publica em livro seu segundo romance: A mão e a luva, que saiu inicialmente, em partes, no jornal republicano O Globo, de Quintino Bocaiúva.
1875
Publica seu terceiro livro de poesia: Americanas.
1876
Publica em livro seu terceiro romance: Helena, que também saíra nas colunas de O Globo.
1878
É publicado o seu quarto romance, Iaiá Garcia, pela tipografia de O Cruzeiro, periódico em que, no mesmo ano de 1878, saíra em partes.
1881
Depois de sair em capítulos na Revista Brasileira, em 1880, sai em livro o seu quinto romance, Memórias póstumas de Brás Cubas, que revoluciona a literatura brasileira. Neste mesmo ano, ocupa a função de oficial de gabinete do ministro da Agricultura e passa a colaborar na Gazeta de Notícias, jornal em que escreverá até 1897.
1882
Publica seu terceiro livro de contos, Papéis Avulsos, onde se encontra uma de suas obras-primas, "O alienista".
1884
Passa a morar na Rua Cosme Velho, 18, onde residirá até a morte. Reúne e publica em livro os contos de Histórias sem data, antes já estampados em três diferentes periódicos: Gazeta de Notícias, A Estação e Gazeta Literária.
1888
Por decreto imperial, é nomeado oficial da Ordem da Rosa. Não se manifesta publicamente sobre a Abolição da Escravatura, a respeito da qual falará discretamente em Esaú e Jacó, seu oitavo romance.
1889
Passa a ocupar uma diretoria na Secretaria de Estado da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Reage também discretamente à Proclamação da República.
1891
Sai em livro o romance Quincas Borba, do qual uma primeira versão fora publicada, em partes, na revista A Estação. O Marechal Deodoro da Fonseca renuncia, e o vice-presidente, Marechal Floriano Peixoto, assume o cargo de Presidente da República.
1893
Eclode a Revolta da Armada, e tem início a Revolução Federalista, cujos objetivos eram a deposição do então presidente Floriano Peixoto. A ambas alude em Esaú e Jacó e em alguns contos, como "Maria Cora" e "Pílades e Orestes".
1896
Publicação de Várias histórias, seu quinto livro de contos. Eclode a Guerra de Canudos, à qual não faz referência em seus romances e contos.
1897
Torna-se o primeiro presidente da recém-fundada Academia Brasileira de Letras.
1898
O Conselheiro Lafaiete Rodrigues Pereira publica, sob o pseudônimo de Labieno, no Jornal do Commercio, uma série de artigos em que defende Machado de Assis das críticas de Sílvio Romero.
1899
Publica Páginas recolhidas, livro do qual faz parte outra de suas obras-primas, "Missa do galo". Com data de outubro, sai do prelo, em Paris, Dom Casmurro, que circulará no Brasil em 1900.
1901
É publicado um volume de suas Poesias Completas, que compreende os três livros de versos anteriores (Crisálidas, Falenas, Americanas) mais a coletânea Ocidentais, inédita em volume.
1904
Publica Esaú e Jacó, que seria seu penúltimo romance. A 20 de outubro, falece Carolina, o que o deixa emocionalmente devastado, conforme vários testemunhos e como relata em carta a Joaquim Nabuco.
1906
É publicada a miscelânea Relíquias de Casa Velha, da qual consta seu mais famoso soneto, "A Carolina", dedicado à mulher, já falecida.
1908
Publica-se seu nono e último romance, Memorial de Aires. Falece, a 29 de setembro, aos 69 anos de idade, em sua casa do Cosme Velho.