Conto

História de Uma Fita Azul

1875
Este conto foi originalmente publicado no Jornal das Famílias em dezembro de 1875 e em janeiro e fevereiro de 1876, assinado por Machado de Assis. O texto desta edição eletrônica foi cotejado com o da publicação original.

Capítulo primeiro

Marianinha achou um dia na cesta de costura um pedaço de fita azul. Era naturalmente resto de algum cinto ou cousa que o valha. Lembrou-se de bordar na fita dois nomes: Marianinha e Gustavo.

- Gustavo! - interrompe neste ponto o leitor -. Mas por que Gustavo e não Alfredo, Benedito ou simplesmente Damião?

Por uma razão muito clara e singela, leitor ignaro; porque o namorado de Marianinha não se chamava Alfredo, nem Benedito, nem Damião, mas Gustavo; não Gustavo somente, mas Gustavo da Silveira, rapaz de vinte e sete anos, moreno, cabelo preto, olhos idem, bacharel, aspirante a juiz municipal, tendo sobre todas estas qualidades a de possuir umas oitenta apólices da dívida pública.

Amavam-se estas duas criaturas, se assim se pode dizer de um capricho começado num baile e não sei se destinado a morrer numa corrida. A verdade é que no curto espaço de três meses haviam já trocado cinquenta cartas, algumas compridas, todas cheias de protestos de amor até à morte. Gustavo dizia-lhe mais de uma vez que ela era o anjo com que ele sonhara durante toda a vida, e ela retribuía-lhe esta fineza dizendo a mesma cousa, mas com estilo diferente, sendo o mais espantoso deste caso que nem ele nem ela haviam sonhado com nenhum anjo. Acrescentarei até que o jovem Gustavo havia já feito a mesma revelação a quatro namoradas, o que diminui a sinceridade da que fazia agora à quinta. Excluídas porém estas e outras flores de retórica, a verdade é que eles pareciam gostar um do outro, e se quiserem saber mais alguma cousa leiam a novela para diante.

Lembrou-se a Marianinha de bordar o nome do namorado e o seu no pedaço de fita azul; bordou-os com linha de seda branca, e com tanta perfeição o fez, que teve vontade de ir mostrar o trabalho à avó. A ideia porém de que a Sra. D. Leonarda lhe passaria uma áspera repreensão a demoveu do intento e a obra ficou inédita até passar às mãos do jovem Gustavo.

Não pense a leitora que a Sra. D. Leonarda ignorasse absolutamente o namoro da neta. Oh! Não! A Sra. D. Leonarda, além de ser excelente doceira, tinha o olho mais perspicaz deste mundo. Percebeu o namoro e calou-se a ver (dizia ela) em que paravam as modas. Já estava de longa data acostumada a estes romances da neta, e só lastimava não ver o capítulo do fim.

"A culpa é dela", pensava a Sra. D. Leonarda. "Quem há de querer casar com uma estouvada daquele gênero, que, ainda bem não acabou um namoro, já começa outro?"

Indiretamente fazia-lhe sentir esta censura toda íntima, dizendo-lhe às vezes:

- O major Alvarenga (era o defunto esposo da Sra. D. Leonarda) foi o meu primeiro e último namoro. Vi-o num dia de Entrudo; casamo-nos logo depois da Páscoa. Hoje, as moças gostam de andar de namoro em namoro, sem acabar de escolher um. Por isso muitas ficam para tias.

Ora, é de notar que o bacharel Gustavo caíra-lhe em graça, e que de todos os namorados de Marianinha era este o que mais adequado lhe parecia. Não aprovaria certamente a ideia da fita bordada com os dois nomes, porque a Sra. D. Leonarda tinha como teoria que uma moça apenas deve olhar para o namorado; escrever-lhe era já atrevimento, e (usemos os seus próprios termos) e profunda imoralidade. Mas desejava e muito que aquele casamento se fizesse, porque, mais que nenhum outro, o genro lhe parecia de feição. Com um pouco mais de ardor da parte dos dois namorados, estou certo de que nem escreveria estas páginas; tinham casado, estavam com filhos, vivendo em paz. Não precipitemos entretanto os acontecimentos, esperemos ao segundo capítulo.

II

Gustavo foi à casa de D. Leonarda na quinta-feira seguinte, isto é, dois dias depois do dia em que Marianinha acabava de bordar os dois nomes na fita azul.

- Tenho uma cousa para lhe dar - disse a moça.

- Ah! O que é?

- Adivinhe.

- Não posso adivinhar.

- Adivinhe.

- Um par de botões?

- Não.

- Uma flor?

- Não.

- Uma charuteira?

- Não.

- Não posso... Ora, espere... Será.... Não... não é.

- Não é o quê?

- Um lenço de assoar.

- Ora! - respondeu Marianinha encolhendo os ombros. E tirou do bolso a fita azul com os dois nomes bordados.

- Bonito! - exclamou Gustavo.

- É uma lembrança para se não esquecer de mim.

- Oh! Querida! Pois eu hei de nunca esquecer-me de você. Não é você o anjo...

Aqui entrava a quinquagésima edição do sonho que ele não tivera nunca.

Gustavo disfarçadamente beijou a fita azul e guardou-a no bolso, de maneira que o não visse a Sra. D. Leonarda.

Marianinha ficou muito contente com o bom agasalho que tivera a sua lembrança não menos que com o elogio da obra, tão certo é que o amor não dispensa a vaidade, antes esta é muita vez complemento daquele.

- Que lhe darei eu para que se não esqueça de mim? - disse Gustavo daí a pouco, em ocasião em que pôde murmurar-lhe estas palavras.

- Nada - disse a moça sorrindo.

- Ama-me então como sempre? - perguntou ele.

- Como sempre!

Todo o resto do diálogo foi assim por este gosto, como naturalmente o leitor e a leitora compreendem, se é que já não passaram pelo mesmo, como eu sou capaz de jurar.

Marianinha era muito graciosa, além de bonita. Os olhos eram pequenos e vivos; ela sabia-os mover com muita gentileza. Não era mulher que do primeiro lance fizesse apaixonar um homem; mas com o tempo tinha o condão de insinuar-se-lhe no coração.

Foi isto justamente o que aconteceu com o nosso jovem Gustavo, cujo namoro durava já mais tempo que os outros. Começara por brinquedo, e acabara sério. Gustavo foi-se a pouco e pouco sentindo preso nas mãos da moça, de maneira que o casamento, cousa em que não pensara nunca, entrou a surgir-lhe no espírito como uma cousa muito desejável e indispensável.

"Afinal", pensava ele, "devo acabar casado, e mais vale que seja com uma boa menina como aquela é, alegre, afetuosa, educada... A educação acabá-la-ei eu, e o terreno é próprio para isso; farei dela uma verdadeira esposa."

Com estas disposições, deixou Gustavo as suas habituais distrações, teatros, passeios, ceatas e todo se entregou ao cultivo do amor. Dona Leonarda viu que a assiduidade era maior e concluiu razoavelmente que desta vez iria o barco ao mar. Para animar a pequena falou-lhe na conveniência de casar com pessoa que estimasse, e não deixasse de dar duas ou três esperanças ao pretendente.

As cousas foram assim andando de modo que o bacharel assentou de ir pedir a moça à avó por ocasião dos anos dela (a avó), que era a vinte e sete de outubro. Estavam então no dia dez do referido mês. Em novembro podiam estar unidos e felizes.

Gustavo conversou com alguns amigos, e todos lhe aprovaram a resolução, mormente os que frequentavam a casa de D. Leonarda e não queriam ficar brigados com o futuro neto da viúva do major.

Um desses frequentadores, comensal antigo, de passagem lhe observou que a moça era um tanto caprichosa; mas não o fez com a ideia de o afastar da pretensão, o que era difícil naquele caso, mas antes por lhe aplanar a dificuldade mostrando-lhe o caminho que devia seguir.

- O coração é excelente - acrescentou este informante -; nisto sai à avó e à mãe, que Deus tem.

- Isso é o essencial - disse Gustavo -; caprichos são flores próprias da idade; o tempo as secará de todo. Gosto muito dela, e quaisquer que fossem os seus defeitos, casaria com ela.

- Oh! Sem dúvida! Pela minha parte desde já lhe afianço que hão de ser felizes.

Tudo corria portanto comme sur des roulettes. O pedido estava prestes; prestes, o casamento. Gustavo imaginou logo um plano de vida, mediante o qual ele seria no ano seguinte deputado, logo depois, presidente de província, e um dia, alguma cousa mais. A imaginação pintava-lhe a glória e o prazer que daria a sua mulher; imaginava um filhinho, uma casa cercada de laranjeiras, um paraíso...

III

Ora, logo na noite do dia 10, estando a conversar com a namorada, esta lhe perguntou pela fita azul. Eram passados seis meses desde a noite em que ela lha dera. Gustavo empalideceu; e a razão era que, não estando naquele tempo apaixonado como agora, nunca mais pusera olhos em cima da fita. Murmurou como pôde alguma cousa, que ela não ouviu, nem se lhe deu de ouvir, por haver logo percebido a sua perturbação.

- Naturalmente não sabe onde a pôs - disse ela com ar azedo.

- Ora!...

- Talvez a lançasse à rua...

- Que ideia!

- Estou a ler isso no seu rosto.

- Impossível! A fita está lá em casa...

- Pois bem, veja se a traz amanhã.

- Amanhã? - balbuciou Gustavo.

- Perdeu-a, já sei.

- Oh! Não; amanhã trago-lhe a fita.

- Jura?

- Que criancice! Juro.

O espírito de Gustavo achava-se nessa ocasião na situação de um homem que se deitasse numa cama de espinhos. Virava-se, revirava-se, espinhava-se, e daria cem ou duzentos mil-réis para poder ter a fita ali mesmo no bolso. Queria ao menos ter certeza de que a acharia em casa. Mas não tinha; e o rosto da moça como que lhe anunciava a tempestade de arrufos que o esperaria no dia seguinte se não levasse a fita.

Efetivamente Marianinha não se riu mais nessa noite. Gustavo saiu mais cedo que de costume e foi dali direito como uma flecha para casa.

Não tenho tintas na minha paleta para pintar a cena da investigação da fita, que durou cerca de duas horas e dava para dois capítulos ou três. Uma só gaveta não ficou em casa por examinar, uma só caixa de chapéu, um só escaninho de secretária. Veio tudo abaixo. A fita obstinava-se em não aparecer. Gustavo imaginou que ela estaria na saladeira; a saladeira estava vazia, e era o pior que lhe podia acontecer, porque o furioso mancebo atirou-a contra um portal e reduziu-a a cacos.

Os dois criados andavam atônitos; não compreendiam aquilo; muito menos compreendiam o motivo por que o amo os descompunha, quando eles não tinham notícia nenhuma da fita azul.

Era já madrugada; a fita não dera sinal de si; toda a esperança se dissipara como fumo. Gustavo tomou a resolução de se deitar, que os seus criados acharam excelente, mas que para ele foi perfeitamente inútil. Gustavo não pregou olho; levantou-se às oito horas do dia 11 fatigado, aborrecido, receoso de um imenso desastre.

Durante o dia fez algumas investigações relativas à famosa fita; todas elas tiveram o resultado das da véspera.

Numa das ocasiões em que estava mais aflito, apareceu-lhe em casa um dos frequentadores da casa de D. Leonarda, o mesmo com quem tivera o diálogo acima transcrito. Gustavo confiou-lhe tudo.

O Sr. Barbosa riu-se.

Barbosa era o nome do frequentador da casa de D. Leonarda.

Riu-se e chamou-lhe criança; afirmou-lhe que Marianinha era caprichosa, mas que uma fita era uma cousa de pouco mais que nada.

- Que lhe pode resultar daqui? - disse o Sr. Barbosa com um gesto grave -. Zangar-se a moça durante algumas horas? Isso que vale, se ela lhe há de dever a felicidade mais tarde? Meu amigo, eu não conheço a história de todos os casamentos que se têm feito debaixo do sol, mas creio poder afirmar que nenhuma noiva deixou de casar por causa de um pedaço de fita.

Gustavo ficou mais consolado com estas e outras expressões do Sr. Barbosa, que se despediu daí a pouco. O namorado, apenas chegou a noite, vestiu-se com o maior apuro, perfumou-se, acendeu um charuto, procurou sair de casa com o pé direito, e enfiou para a casa da Sra. D. Leonarda.

O coração batia-lhe mais fortemente quando subiu a escada. Vieram abrir-lhe a cancela; Gustavo entrou e achou na sala a avó e a neta, a avó risonha, a neta, séria e grave.

Ao contrário do que fazia em outras ocasiões, Gustavo não buscou desta vez achar-se a sós com a moça. Foi esta quem procurou essa ocasião, no que a avó a ajudou mui simplesmente, indo ao interior da casa saber a causa de um rumor de pratos que ouvira.

- A fita? - disse ela.

- A fita...

- Perdeu-a?

- Não se pode dizer que esteja perdida - balbuciou Gustavo -; não a pude achar por mais que a procurasse; e a razão...

- A razão?

- A razão é que eu... sim... naturalmente está muito guardada... mas creio que...

Marianinha levantou-se.

- Minha última palavra é esta... Quero a fita dentro de três dias; se não ma der, tudo está acabado; não serei sua!

Gustavo estremeceu.

- Marianinha!

A moça deu um passo para dentro.

- Marianinha? - repetiu o pobre namorado.

- Nem mais uma palavra!

- Mas...

- A fita, dentro de três dias!

IV

Imagina-se, não se descreve a situação em que ficou a alma do pobre Gustavo, que deveras amava a moça e que por tão pequena cousa via perdido o seu futuro. Saiu dali (desculpem a expressão que não é muito nobre), saiu dali vendendo azeite às canadas.

- Leve o diabo o dia em que vi aquela mulher! - exclamava ele caminhando para casa.

Mas logo:

- Não! Ela não tem culpa; o culpado único sou eu! Quem me mandou ser tão pouco zeloso de um mimo dado de tão boa feição? Verdade seja que eu ainda nesse tempo não tinha no coração o que agora sinto...

Aqui parava o moço para examinar o estado do seu coração, que reconhecia ser gravíssimo, a ponto de lhe parecer que, se não casasse com ela, impreterivelmente iria ter à cova.

Há paixões assim, como devem saber o leitor e a leitora, e, se a dele não fosse assim, é muito provável que eu não tivesse de contar esta mui verídica história.

Ao chegar à casa procedeu Gustavo a uma nova investigação, que deu o mesmo resultado negativo. Passou uma noite como se pode imaginar, e levantou-se de madrugada, aborrecido e furioso consigo mesmo.

Às oito horas levou-lhe o criado o café do costume, e na ocasião em que lhe acendia um fósforo para o amo acender charuto, aventurou esta conjectura:

- Meu amo chegaria a tirar a fita da algibeira do paletó?

- Naturalmente tirei a fita - respondeu com rispidez o moço -; não me lembra se tirei, mas é provável que sim.

- É que...

- É quê?

- Meu amo deu-me há pouco tempo um paletó, e pode ser que...

Isto foi um raio de esperança no ânimo do pobre namorado. Deu um pulo da cadeira em que se achava, quase entornou a xícara no chão, e sem mais preâmbulo perguntou ao criado:

- João! Tu vieste salvar-me!

- Eu?

- Sim, tu. Onde está o paletó?

- O paletó?

- Sim, o paletó...

João cravou os olhos no chão e não respondeu.

- Dize! Fala! - exclamou Gustavo.

- Meu amo há de desculpar-me... Aqui há tempos uns amigos convidaram-me para uma ceia. Eu nunca ceio porque me faz mal; mas nessa noite tive vontade de cear. Havia uma galinha...

Gustavo impaciente bateu com o pé no chão.

- Acaba! - disse ele.

- Havia uma galinha, mas não havia vinho. Era preciso vinho. Além do vinho, houve quem lembrasse um paio, comida indigesta, como meu amo sabe...

- Mas o paletó?

- Lá vou. Faltava, portanto, algum dinheiro. Eu, esquecendo por um instante os benefícios que recebera de meu amo e sem reparar que uma lembrança daquelas guarda-se para sempre...

- Acaba, demônio!

- Vendi o paletó!

Gustavo deixou-se cair na cadeira.

- Valia a pena fazer-me perder tanto tempo - disse ele -, para chegar a esta conclusão! Estou quase certo de que a fita estava no bolso desse paletó!...

- Mas, meu amo - aventurou João -, não será a mesma cousa comprar outra fita?

- Vai-te para o diabo!

- Demais, nem tudo está perdido.

- Como assim?

- Talvez o homem ainda não vendesse o paletó.

- Que homem?

- O homem do Pobre Jaques.

- Sim?

- Pode ser.

Gustavo refletiu um instante.

- Vamos lá! - disse ele.

Gustavo vestiu-se no curto prazo de sete minutos; saiu acompanhado do criado e a trote largo caminharam para a Rua da Carioca.

Entraram na casa do Pobre Jaques.

Acharam um velho assentado numa cadeira examinando um par de calças que lhe levara o freguês talvez para almoçar nesse dia. O dono da casa oferecia-lhe pelo objeto cinco patacas; o dono do objeto instava por mil e oitocentos. Afinal cortaram a dúvida, diminuindo o freguês um tostão e subindo o dono da casa outro tostão.

Acabado o negócio, o velho atendeu aos dois visitantes, um dos quais, de impaciente, andava de um lado para outro, a passear os olhos nas roupas com a esperança de encontrar o suspirado paletó.

João era conhecido do velho e tomou a palavra.

- Não se lembra de um paletó que eu lhe vendi há cousa de três semanas? - disse ele.

- Três semanas!

- Sim, um paletó.

- Um paletó?

Gustavo fez um gesto de impaciência. O velho não reparou no gesto. Pôs-se a afagar o queixo com a mão esquerda e os olhos no chão a ver se se lembrava do destino que tivera o paletó introuvable.

- Lembra-me de que lhe comprei um paletó - disse ele -, e por sinal que tinha gola de veludo...

- Isso! - exclamou Gustavo.

- Mas creio que o vendi - concluiu o velho.

- A quem? - perguntou Gustavo desejoso e ansioso ao mesmo tempo de lhe ouvir a resposta.

Antes porém que a ouvisse, ocorreu-lhe que o velho podia desconfiar do interesse com que procurava saber de um paletó velho, e julgou necessário explicar que não se tratava de nenhuma carteira, mas de uma lembrança de namorada.

- Seja lá o que for - disse o velho sorrindo -, eu nada tenho com isso... Agora me lembro a quem vendi o paletó.

- Ah!

- Foi ao João Gomes.

- Que João Gomes? - perguntou o criado.

- O dono da casa de pasto que fica ali quase no fim da rua...

O criado estendeu a mão ao velho e murmurou algumas palavras de agradecimento; quando porém voltou os olhos, não viu o amo, que apressadamente se dirigia na direção indicada.

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