Moreira nada tomou no Carceller enquanto Alves sorvia deliciosamente um sorvete de ananás. Veio cada um deles com a história daqueles anos em que se não tinham visto. Alves tinha menos que contar; o principal assunto foi o casamento, que se passou de uma maneira singular, porque não precedeu nenhum namoro entre ele e a mulher. A mulher era uma moça assaz bonita, que vivia retiradamente com a mãe e parecia ter jurado não comungar nunca nos altares do matrimônio. Alves frequentava a casa, como advogado da mãe, num processo em que um sujeito possuidor de quinhentos contos queria tirar-lhe uma casa que valia vinte, e a que ele tinha tanto direito como o grão-turco. Alves venceu o processo, e não foi esse o único triunfo obtido, porque a mãe, no dia em que ele lhe foi levar notícia da sentença final, chamou-o de parte e disparou-lhe estas palavras: