Referência / Expressão Em Desuso

ele há

Segundo o gramático Júlio Moreira (Estudos de lingua Portuguesa: subsidios para a syntaxe historica e popular, 1907), a forma "ele há" (equivalente ao francês "il y a"), significando "há", "existe", é relativamente comum na fala do povo e reproduzida, por exemplo, na ficção de Camilo Castelo Branco. Confrontar A corja (romance de 1880), capítulo 2: "Não que ele há marotos muito grandes na tropa [...]". Outro exemplo está em A brasileira de Prazins (1882), capítulo 3: "O frade mostrava as cartas ao irmão e dizia-lhe: 'Ele há coisa...'" Curiosamente, nos dois romances camilianos a expressão é usada por membros do clero. O sentido da expressão "ele é cousa" parece ser semelhante ao de "ele há".

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