Alberta cortou-lhe a palavra com um beijo. Não era de Judas, porque sinceramente Alberta quis assim pactuar com a amiga a entrega do noivo e o casamento. Mas quem descontaria aquele beijo, em tais circunstâncias? Verdade é que o tenente estava em São Paulo, e escrevia; mas, como Alberta perdesse alguns correios e explicasse o fato pela necessidade de não descobrir a correspondência, ele já escrevia menos vezes, menos copioso, menos ardente, cousa que uns justificariam pelas cautelas da situação e pelas obrigações de ofício, outros por um namoro de passagem que ele trazia no bairro da Consolação. Foi, talvez, este nome que levou o namorado de Alberta a frequentá-lo; achou ali uma menina, cujos olhos, mui parecidos com os da moça ausente, sabiam fitar com igual tenacidade. Olhos não deixam vestígio; ele recebeu-os e mandou os seus, em troca - tudo pela intenção de mirar a outra, que estava longe, e pela ideia de que o nome do bairro não era casual. Um dia escreveu-lhe, ela respondeu; tudo consolações! Justo é dizer que ele suspendeu a correspondência para o Rio de Janeiro - ou para não tirar o caráter consolador da correspondência local, ou para não gastar todo o papel.