Sempre és muito tola, Delfina. Pois que te importam lá os suspiros e os amores do primo? Faze como eu com o Castrioto, que tanto suspira por que eu o ame, quanto eu suspiro por ver-me livre dele.
Não há nada como ser solteira, minha amiga; é a liberdade. Estes senhores se pilhando casados fazem o diabo, e nós padecemos.
Tenho exemplos disto; e você diz: quem vê as barbas do vizinho arder põe as suas de molho.
Eu cá já as pus...
É verdade que se papai insistir em que eu case com o Dr. Castrioto, não terei remédio senão casar; mas com uma condição: é que ele não há de escrever uma linha sequer. Não sabes? O Castrioto é escritor; deu em romancista. Às vezes aparece cá em casa com uns rolos de papel e lê aquilo tudo na sala, que é um aborrecimento, exceto para o papai, que acha que ele é um grande talento.
Será bonito, acredito; mas por escrever... antes o Alexandre Dumas.
Vem jantar cá domingo. Dançaremos.